sábado, 9 de maio de 2015

Noivas: Cozinhando para Casar

Cozinhar é um ato de amor


Prestes a dizerem o sim, noivas se preparam para casar cozinhando para seus amados

Chegou a hora de se casar. Finalmente aquela menininha cresceu e o seu grande dia está chegando. O dia que quase toda mulher esperou que chegasse. E será que essas mulheres estão preparadas para lidar com a cozinha? Será que sabem preparar aquele prato especial para o futuro marido? É o que você saberá agora lendo essa  reportagem. Boa leitura.

Noiva há dois anos, a professora de Educação Infantil e Ensino Fundamental Flávia de Melo Cardia, de 31 anos faz mágica com as batatas, que o noivo Wesley adora “O prato preferido do meu noivo é batata de qualquer forma, frita, assada, purê, cozida, então eu consigo modificar bastante os pratos e agradar com a comida que ele mais gosta”, e ainda acrescenta “Pro meu noivo eu já fiz lasanha, ficou bem legal, nós gostamos”, diz.


Ao lado da família
Flávia diz que não sabia cozinhar quando nova, mas gostava de ficar perto de sua avó e mãe enquanto cozinhavam e foi aprendendo “Hoje em dia eu sei fazer arroz, feijão, parmegiana, lasanha, purê de batatas, bolo, torta salgada”, diz a professora que ainda não mora com o noivo “Nós não moramos juntos. Eu moro com meus pais e meu irmão e ele com o irmão dele. Compramos um apartamento e vamos nos mudar para lá assim que nos casarmos, em outubro desse ano”,empolga-se.

Flávia e Wesley: ela aprendeu a fazer mágica com as batatas que o noivo tanto gosta (Foto: Acervo pessoal)

Pastinha de receitas e inspiração

“Sempre que eu vejo uma receita nova, legal, eu já copio ou guardo numa pasta no meu computador para levar a minha casa nova. Eu estou aprendendo novos pratos assim”, comenta Flávia que usa a internet como aliada na busca de novas receitas.


Internet como aliada

A gerente de produto Bruna de Almeida Marcondes Oliveira, 28 anos, está noiva há um ano e irá se casar em três meses “Eu sempre procuro aprender coisas novas, procuro receitas na internet e arrisco. Sei fazer muitas coisas, mas gosto mais de massas e carnes”, e conta que mora junto há quatro meses num apartamento em São Paulo com o noivo Felipe.

Bruna e o noivo Felipe: eles moram juntos e vão se casar em agosto  (Foto : Acervo pessoal)


Bruna fala que o noivo não sabe cozinhar de fato “Mas ele me ajuda quando estou cozinhando. Ele tem alguns pratos preferidos, mas meu macarrão caprese e quibe cru são os principais”, diz a noiva que recorre a mãe quando precisa “Sempre tiro algumas dúvidas pra minha mãe. Minha mãe e minha avó  me ensinaram algumas coisas”, diz.            
 

Sem risco de queimar a comida

“Para mim, utensílios que não podem faltar na cozinha são panelas com camada de teflon, assim eu não corro o risco de queimar a comida”, brinca Flávia que acredita que no caso de uma emergência um macarrão com molho é uma boa solução “Cozinhar um macarrão e fazer um molho é bem prático e rápido. Para garantir a refeição para alguém, isso seria o ideal para mim, além de alguma outra massa ou algum risoto rápido”, e diz que considera importante ter boas facas, tábuas de corte e panelas numa cozinha. 
Helen e Diego: eles gostam de cozinhar juntos (Foto: Acervo pessoal)


Vontade de aprender

Helen Cristina Pereira Beranger tem 22 anos, é estudante de engenharia química e está noiva de Diego há quatro meses “Eu sempre gostei de cozinhar, mas não sei fazer muita coisa, apenas o básico. Eu estou preparada para casar, mas quero aprender muito mais até chegar o dia”, comenta Helen que não mora com o noivo, mas fala que às vezes dividem a cozinha de sua casa “Nós gostamos de cozinhar juntos sempre que possível. E eu sei fazer o prato preferido dele”, comenta empolgada.


 Independência na cozinha

A noiva Flávia deseja ter filhos e no futuro quer ensiná-los a cozinhar porque acha importante “Até para criar certa independência não com a criança pequena, mas quando ela se tornar um adolescente, um adulto ela saber se virar na cozinha. Se eles se interessarem estou disposta a ensiná-los," diz Bruna.


Cozinhar é um ato de amor

Para Flávia cozinhar é um ato de amor. É assim que ela define sua experiência na cozinha “Eu sou muito amorosa, gosto muito de demonstrar que gosto das pessoas, então, pra mim, estar na cozinha é demonstrar meu afeto as pessoas, cozinhar algo pra agradar alguém. Uma frase que resume isso é que cozinhar é um ato de amor. E eu adoro fazer isso”, finaliza. Nos finais de semana, a experiência de Bruna na cozinha se torna mais especial “Gosto de cozinhar coisas diferentes, com tempo e sem hora para comer”, explica.

É assim que elas vão se preparando, não somente para se vestirem de noiva, mas, para se tornarem esposas e cuidarem de um lar e uma família. Com ajuda e incentivo de suas famílias e o carinho dos futuros maridos Flávia, Bruna e Helen se preparam para esse novo momento de suas vidas.

Reportagem produzida por Aline Acquaviva
para o Blog Entre Pratos


quinta-feira, 7 de maio de 2015

Lugar de homem também é na cozinha

 

Homens na cozinha???

O ambiente antes imperado pelas mulheres está cedendo espaço para novos descobridores

Aquela conhecida frase que diz: “Lugar de mulher é na cozinha!!!” já ficou para trás há muito tempo. Este cenário foi se modificando com o passar do tempo e, hoje em dia, nos deparamos cada vez mais com homens na cozinha. Isso mesmo, os homens estão dominando os ambientes, antes comandados apenas pelas mulheres. Desde os jovens até os mais velhos, cada um a sua maneira, faz maravilhas na cozinha.
Crepe, uma das especialidades de Alex e um dos pratos
mais pedidos entre os amigos
(Foto: Arquivo Pessoal)
Alex Queiróz, 28 anos, trabalha como auxiliar de estoque e adora cozinhar. Diz que aprendeu os conceitos da culinária observando sua mãe cozinhar e, depois que se casou, teve a internet como aliada pois lá encontra a receita que quiser. “Experimentando os pratos gostosos que minha mãe fazia,  quis aprender também. A internet me ajudou muito, pois existem vários canais de culinárias que abordam as receitas de uma forma simples e sem aqueles vários termos técnicos que encontramos na televisão, facilitando na hora de recriar as receitas,” complementa Alex.
Cupcake e crepe suíço são os mais pedidos pelos amigos de Alex e sempre que surge uma oportunidade de receber os amigos em casa são os que ele costuma preparar.  No entanto, ele acredita que faz melhor pratos salgados mas os doces estão caindo no gosto das pessoas como é o caso do cupcake, muito pedido entre os conhecidos.
O auxiliar de estoque, entretanto, tem um prato muito particular que é sua predileção. O nome, “Gororoba Quente” e é ele quem explica como faz. “Nela eu preparo a carne moída ou frango, deixo reservado. Em outra panela eu refogo o tomate, cebola, alho na manteiga com uma pitada de sal e um pouco antes do tomate se dissolver completamente, eu acrescento o extrato de tomate e a carne que estava reservada e deixo engrossar um pouco. Para finalizar, uma pitada de açúcar para diminuir a acidez do tomate, queijo ralado a gosto e uma pitada de orégano. Fica uma delícia.”
O cuidado e capricho com que Alex prepara os
pratos faz toda a diferença.
(Foto: Arquivo Pessoal)
E não são só os amigos de Alex que aprovam seu dom, a mulher dele é quem mais adora pois assim a responsabilidade da cozinha não fica só pra ela. “Ela chega cansada do serviço, não tem que se preocupar em fazer a janta, essa divisão de tarefas ajuda muito, pois não a sobrecarrega,” finaliza Alex, que fica feliz em poder colaborar com a esposa.
E Alex não está sozinho nesta empreitada. Outro homem que também costuma se sair muito bem na cozinha é o açougueiro Sérgio Loureiro de 46 anos. Ele se considera auto didata e afirma que só recebe elogios por parte de amigos e familiares. Assim, como Alex, os pratos salgados também são os que mais gosta de fazer. “Faço um arroz com linguiça que é o maior sucesso. Todos que experimentam adoram e sempre pedem para fazer de novo,” conta Sérgio.
Ele fala que sente muito prazer em cozinhar, sempre teve curiosidade em aprender e por isso foi observando e se aperfeiçoando cada vez mais e a esposa também adora. Sérgio conta que a culinária para ele é uma terapia “Sempre gostei de cozinhar e pra mim, ter a família reunida em volta da mesa é tudo de bom. É a maior recompensa pra quem cozinha.”

O jovem cozinheiro

O auxiliar de unidade Cleiton Pereira de Oliveira, 22 anos, acredita que o gosto pela culinária surgiu através da união familiar que a cozinha proporciona. “Acho que sempre tive a cozinha como um lugar que traz boas recordações,” exemplifica Cleiton.
Ele conta que aprendeu a cozinhar observando as receitas que sua mãe e tias preparavam. Logo depois, devido seu interesse, ganhou de presente um livro de receitas do Menino Maluquinho e, desde então, começou a produzir suas próprias receitas.
Quando recebe algum amigo em casa ele costuma usar a criatividade e aproveita o que tem na geladeira mesmo para preparar algo especial, por mais simples que seja. Segundo ele, o que faz melhor são os doces, principalmente bolos. Aliás o que mais pedem  para ele fazer é Bolo Prestígio e Bomba de chocolate, esses são os queridinhos entre familiares e amigos.
Atualmente Cleiton cursa Engenharia Civil, mas a culinária sempre está na sua mente “Amo cozinhar e pretendo, futuramente, cursar Gastronomia como hobby. Quero descobrir coisas novas e adquirir outros conhecimentos sobre as técnicas culinárias,” conclui o auxiliar.
Para finalizar, Cleiton deixa uma mensagem que leva consigo e reflete, talvez, o que esses homens e tantas outras pessoas sentem com relação a culinária.
“Eu tenho, pra mim, que cozinhar não é só produzir alimentos. Cozinhando você pode demonstrar seus sentimentos em algo palpável. Uma vez li que cozinhar é uma forma de amar as pessoas e isso, realmente, é verdade. Tanto em receitas como na vida, amor à gosto nunca faz mal.”



 Reportagem produzida por Melissa Regina
 para o Blog entre Pratos



terça-feira, 5 de maio de 2015

Estilo de Vida: Vegetarianismo

Nutrição Vegetariana



Saiba mais sobre esse hábito que atrai cada vez mais adeptos e ainda causa controvérsias

Quem não gosta daquele churrasco entre amigos, uma carne mal passada, aquele peixe assado ou até aquele frango grelhado? Deu água na boca? No entanto, há milhares de pessoas no mundo que não consomem esses alimentos, não comem nenhum tipo de carne. São os chamados vegetarianos. Segundo pesquisas o número de adeptos da dieta vegetariana cresce a cada dia e um dos principais motivos é o amor e respeito pelos animais.
Monica e seu noivo, Rafael, com seus sanduíches
 vegetarianos
(Foto: Arquivo Pessoal)
A nutricionista Mônica Silva e Brito de 25 anos, vegetariana há 7 anos, conta que decidiu optar por essa dieta após assistir um documentário chamado “A carne é fraca” do Instituto Nina Rosa, que traz os primeiros questionamentos ao indivíduo sobre as consequências de se comer carne. Ela conta que no filme é retratado o sofrimento dos animais sendo criados para o abate. "Fiquei arrasada assistindo aqui, ver o sofrimento dos animais me fez chorar. É muito triste,"acrescenta.
Ela conta que, mesmo assim, foi um pouco difícil acostumar e acabava vez ou outra voltando atrás, principalmente por falta de opções na alimentação.
“No início me mantive vegetariana por mais ou menos um mês até que, aos poucos, voltei a comer carne porque não tinham muitas opções para comer em casa, nas festas e/ou reuniões de amigos, no trabalho e tal,” explica Mônica. Pouco tempo depois, entretanto, um fato determinante fez com que ela, definitivamente, excluísse a carne da sua alimentação. “No dia 10 de junho de 2008 em uma dessas escorregadas, comi um hambúrguer no trabalho e o mesmo ficou entalado na minha garganta, precisei ser levada ao pronto socorro para retirar através de uma sonda colocada pelo nariz. De alguma maneira neste dia senti que não devia mais comer carne, e o trauma da sonda me ajudou muito, “ conta, aos risos.
A nutricionista reconhece que seu noivo, Rafael, que na época, já era adepto do vegetarianismo há 2 anos, contribuiu para que conseguisse seguir neste caminho. Com ele descobriu novas formas de comer entre amigos, no trabalho etc.

A Faculdade de Nutrição e o Vegetarianismo

Salada que Monica improvisou com tudo
que tinha em casa
(Foto: Arquivo Pessoal)
O vegetarianismo influenciou na sua escolha pelo curso de nutrição pois queria entender mais sobre o que é verdade ou não sobre a dieta vegetariana e tentar, de alguma forma, ajudar outras pessoas, esclarecendo melhor sobre este tema. “Sem dúvida me ajudou muito a entender melhor sobre a nutrição humana, as necessidades de nutrientes e todos os cuidados que precisamos ter. Porém, o perfil da Universidade e dos professores definia bastante o que era abordado como “certo ou errado”, e a alimentação vegetariana era abordada com frequência com um olhar negativo.” esclarece Monica. Agora, com o conhecimento obtido, ela tenta manter uma alimentação mais balanceada e elaborada por ela mesma.
A nutricionista afirma,  que consegue, sem dúvidas, com sua dieta, todos os nutrientes obtidos em uma alimentação tradicional composta por carnes. “Apenas é necessário conhecer e pesquisar alimentos que são pouco comuns na dieta cotidiana do brasileiro” avisa.

Brincadeiras a parte

Muitos são os comentários, brincadeiras e até insistências para Monica voltar a consumir carne. Algumas frases que costuma ouvir com frequência: “Mas você come o que?” “Você não fica se sentindo fraca?” “Como você consegue viver sem carne!?” “Não adianta você parar de comer carne por causa dos animais, todo mundo continua comendo!”. “Várias pessoas tentam me convencer a comer carne a princípio (quando falo que não como carne), porém depois que explico tudo o que penso e sei sobre o tema, dificilmente a pessoa continua a me induzir,”conta a nutricionista.

Situações em público

Questionada sobre os apuros que passa ao receber algum convidado para jantar, em casa, Monica fala que, aos poucos, as pessoas foram se acostumando e não sofre problemas com isso. Ela conta que não prepara carne para ninguém e, mesmo a família consumindo carne ela costuma preparar algo sem carne pra ela e o noivo. E ainda afirma que até seu irmão que se considera carnívoro aprecia seus pratos diferenciados. “ Quando ele vem em casa e faço uma torta salgada de legumes ele se mata. Acredito que, aos poucos, as pessoas que convivem com a gente começaram a gostar e apreciar mais opções de pratos sem carne, mesmo que continuem comendo o alimento,” complementa.
Leite de amêndoa,  Monica tenta, aos poucos,
se acostumar com outras opções
(Foto: Arquivo Pessoal)
Monica afirma que não passa por muitas dificuldades quando resolve sair com amigos.  “Quando se trata de um barzinho ou lugar similar é mais difícil, muitas vezes janto antes de ir, e lá fico petiscando batata frita, mandioca, amendoim, etc. Quando é na casa de alguém ou na minha casa, normalmente já sabem que eu e meu noivo somos vegetarianos e sempre tem uma opção sem carne, ou nós mesmos levamos algo que possamos comer.”
 Ela conta que não é convidada a ir a uma churrascaria, por exemplo, pois normalmente, os programas são marcados em lugares que ela possa ir. A família e amigos apoiam sua dieta e respeitam. Segundo ela, alguns também são vegetarianos e outros tentaram mas não conseguiram continuar. “Acho que tenho sorte, ou melhor, acredito que atraímos para próximo de nós pessoas e situações que condizem com os nossos interesses, pensamentos, forma de viver a vida etc” acrescenta Monica.
Entretanto, a nutricionista relata um caso que foi, no mínimo curioso, para quem não come carne. O episódio aconteceu em uma empresa que era cliente de uma grande rede de alimentação coletiva na qual ela estagiava e uma de suas obrigações era acompanhar a qualidade do serviço prestado pela empresa de alimentação coletiva. “Certa vez ocorreu um “burburinho” sobre uma carne com gosto duvidoso, e precisei experimentar a mesma. Então a coloquei boca, senti o gosto, dei meu parecer e cuspi a mesma no lixo.”
Monica não é do tipo que repugnia aquele que se alimenta de carne, mesmo sendo adepta do vegetarianismo, respeita a opinião de quem é diferente dela e não tenta convencer os outros a seguir seu exemplo. Acredita que cada um tem seu momento e deve partir da própria pessoa a decisão. “No começo eu era uma louca, queria convencer todo mundo a virar vegetariano e até vegano, mesmo sem eu ser.  Hoje em dia, quando o assunto rola entre eu e uma pessoa que aparentemente tem interesse pelo assunto, procuro expor tudo que sei e penso sobre o tema, mas sem influenciar ou forçar meu ponto de vista,” conta a nutricionista, que se diverte, ao lembrar.

Despertar de uma nova consciência

Hoje, Monica tem uma consciência maior sobre o assunto e argumentos que podem levar as pessoas a refletir sobre suas atitudes e repensar certos conceitos. Ela analisa diversas questões, desde religião, matança cruel de animais, questão ambiental, saúde e aspecto social.
Uma das marmitas que a nutricionista preparava para levar ao estágio
(Foto: Arquivo Pessoal)
”Adoro falar sobre o vegetarianismo, mas é difícil achar pessoas que realmente queiram ouvir sem preconceito. É mais cômodo continuar comendo carne e se mantendo ignorante diante das problemáticas que envolvem esse assunto, do que se preocupar com a vida de seres inocentes, que não tem voz e não sabem se defender da frieza e egoísmo do ser humano e do capitalismo. Ser a voz deles nos custa coragem, compaixão, altruísmo, respeito, ética, empatia e amor, estes princípios não fazem dos ovo-lacto-vegetarianos, lacto-vegetarianos, vegetarianos ou veganos melhores, superiores, bonzinhos, eles estão apenas cumprindo com a responsabilidade de respeitar a vida alheia, isto é,  não fazer ao próximo o que não quer que te façam,” arremata. Monica ainda se alimenta de derivados como leite e ovos portanto é considerada ovo-lacto-vegetariana mas tem o objetivo de se tornar, em breve, totalmente vegana, ou seja, excluir todo e qualquer alimento que venha dos animais. Para quem se interessa pelo assunto ela cita, além do documentário "A carne é fraca," também os livros “Lugar de Médico é na Cozinha”, “Tudo que vive é seu próximo” (psicografado) e o documentário “Terráqueos."
Monica, realmente acredita que sua decisão é definitiva e cita uma fala de Ghandi em sua biografia que diz: ““Pouco me importa se estou adoecendo, se isso pode me causar algum mal, mas não matarei meus irmãos animais para me alimentar”. É exatamente isso que sinto,” finaliza.

Você sabia???
  • Ovo-lacto-vegetarianos: comem ovos, leite, laticínios e produtos de origem vegetal
  • Lacto-Vegetarianos: utilizam leite, laticínios,e produtos de origem vegetal
  • Ovo-vegetariano: comem ovos, e produtos de origem vegetal
  • Vegetariano restrito ou Vegano: não comem nenhum produto de origem animal




Reportagem produzida por Melissa Regina
para o Blog Entre Pratos



segunda-feira, 27 de abril de 2015

CURSO: GASTRONOMIA



ALÉM DA COZINHA

Muitos começam a cursar gastronomia porque gostam de cozinhar. Mas em um curso com diversas áreas de atuação, o gosto pela cozinha é apenas um dos motivos que fazem os alunos escolherem esse caminho


Jamili e Angélica sovam a massa do stollen: famoso pão alemão
(Foto: Aline Acquaviva)
Em meio a um constante barulho de pratos e objetos, pessoas vestidas da cabeça aos pés com aventais brancos andam de um lado para o outro realizando a atividade proposta. Na aula de hoje a pauta é: gastronomia.
Observação sempre
Entre os olhares atentos da professora, os alunos reproduzem a receita pedida. A estudante Angélica Leite, 21 anos, diz que a professora observa tudo “Ela está olhando tudo o que você faz inclusive o que você não faz também é observado”, comenta sorrindo a aluna do 1º semestre que conta que gastronomia não foi a sua primeira opção de curso “Minha primeira opção foi contabilidade, que não tinha nada a ver comigo, só agora eu vi que eu estava totalmente errada na área, e decidi fazer gastronomia”.
Alunos começam a preparar pães na aula prática (Foto: Aline Acquaviva)
Angélica conta que resolveu fazer o curso porque gostava de cozinhar “Eu gosto da área de gastronomia e eu vivo fazendo doces em casa e alguns pratos salgados”, mas ela não imaginava passar algumas dificuldades no curso “Nas aulas de tecnologia de alimentos, que tem muita coisa que eu não aprendi no ensino médio e eu estou vendo agora na faculdade, o que está sendo complicado”, diz. “Eu pretendo me especializar mais na área de confeitaria, fazer uns cursos, e futuramente cursar hotelaria para criar um negócio pra mim”, almeja.
Jovem criatividade
Ao ser perguntada sobre o que a culinária a faz sentir, a estudante Jamili Leon Rodrigues, 19 anos, para um pouco para pensar “Eu me sinto mais criativa. A criatividade vem abrangendo algum conhecimento que eu peguei fora, juntando com o que eu sei e criando algo novo”, diz a estudante que começou a cozinhar porque não gostava da comida que a mãe fazia “Como eu não gosto, eu sempre fazia comida na minha casa. Eu gosto de fazer comida, eu não gosto de fazer doce. Então provavelmente não trabalharia com confeitaria. Gosto dessa área de restaurantes que servem comidas tradicionais”, comenta a jovem.
Primeira base
Todas as aulas práticas são assim, com uma primeira base antes de colocar a mão na massa “Antes de toda aula prática sempre tem a parte teórica, a introdução do que é feito. Cada professor tem uma apostila teórica, prática, assim é apresentada toda a forma de preparo para os alunos, eles vêm para a cozinha e preparam o prato. E tem a degustação depois onde são avaliados”, explica Maria Ângela Severino que é coordenadora do Curso Superior de Tecnologia em Gastronomia da Universidade de Sorocaba.
Buscando aprendizados
“Eu já trabalhei em choperias aqui em Sorocaba, e na época comecei como ajudante de cozinha, e com o passar do tempo, fui tendo oportunidades, comecei a fazer junto com eles, e eu fui vendo que aquilo ali era o que eu gostava mesmo”, comenta o estudante Helianderson Baleeiro da Rocha, de 30 anos que não havia realizado nenhum curso na área antes “Eu estou gostando muito da parte da panificação, uma coisa que eu não tinha a base, mas estou melhorando bastante, a confeitaria e a parte de habilidades, estou aprendendo bastante coisa, técnicas diferentes”, comemora.

Os alunos gostam da aula prática: professora alerta que a teoria é fundamental
(Foto: Aline Acquaviva)
Além da cozinha 

Engana-se quem pensa que o aluno de gastronomia só aprende a cozinhar. No curso ele tem noções de higiene, nutrição, gestão de bares e restaurantes, entre outros “Tem o título de tecnólogo, são dois anos de tecnólogo, são quatro semestres, divididos em aulas práticas e teóricas, onde o aluno aprende todas as cozinhas, cozinha brasileira, internacionais, aprende higiene, nutrição. Tem a parte de dados, guia, tudo que envolve nutrição, bebida, cozinha o aluno tem”, comenta a professora Maria Ângela.
“Eles usam o laboratório de alimentos que é a parte de nutrição, precisão, a parte de química, física, pesquisa, a confeitaria, a panificação e a cozinha quente, além das salas de aula”, diz a professora que ainda diz as várias matérias que os alunos aprendem no curso.
A alegria no rosto do cliente
“Eu sinto um prazer em fazer a comida porque eu faço algo que a pessoa vai gostar. Se a pessoa elogia, daí eu ganho o meu dia”, diz Angélica animada.  Helianderson também enxerga a aprovação do cliente como a resposta de tudo “Ah, dá prazer, apesar de ser bastante cansativo, quando termina tudo e a gente vê pronto, a pessoa fica contente né e sente prazer”.
Hora da avaliação
“Nós temos avaliação teórica, o aluno tem que entender o porquê de tudo, porque usa mais farinha de trigo do que a farinha de soja pra fazer o pão, a importância dos ingredientes, qual a função deles. Nós temos duas avaliações, prática e teórica onde cada professor tem uma metodologia diferente. Na disciplina de cozinha europeia eles têm que organizar um evento com produções, pratos típicos de cada cozinha que foi estudada no semestre. E aí montar um evento”, fala a professora que ainda complementa que apesar dos alunos gostarem das aulas práticas a teoria é fundamental.
Observando tudo: a professora avalia o que fazem e deixam de fazer
(Foto: Aline Acquaviva)

Opções de estágio e trabalho futuro
Os alunos podem estagiar na área de alimentos e bebidas, na área de gastronomia. “Precisa ser na cozinha. Padaria, confeitaria, açougue, restaurantes são algumas das opções”, explica a professora.
“O curso tem várias disciplinas, e segmentos da gastronomia, não precisamente você tem que ficar só no que gosta, pois irá aprender toda a parte teórica, parte prática, de gestão de bares e restaurantes, então você pode também partir para essa área administrativa. Você pode dar consultoria, trabalhar numa cozinha de spa, alimentação mais saudável, uma cozinha alternativa, em cozinha de hospitais, hotéis, treinamento para empregadas domésticas, montar cardápios”, explica.
“Tem vários segmentos que você pode aproveitar, não tem que ser só cozinha, mas isso você vai adquirindo conhecimentos e durante o curso vai se identificando com uma área ou outra, e aí depois você dá continuidade”, finaliza a professora.


Reportagem produzida por Aline Acquaviva 
para o Blog Entre Pratos

terça-feira, 21 de abril de 2015

RECEITAS DE FAMÍLIA


PAÇOCA DE CARNE???

Conheça a história desta receita que tem mais de cem anos de existência, desde o período colonial,  e ainda hoje é feita e apreciada por muitas pessoas.

Paçoca todo mundo conhece, aquele doce de amendoim que muitos adoram e  comum em festas juninas que acontecem todo ano no Brasil. Tem aquela paçoca mais firme, quadradinha, aquelas roliças que desfazem na boca e cada um tem uma maneira própria de fazer o doce. Bom, isso tudo você já sabe né.
E Paçoca de carne? Você já experimentou?
Receita centenária que faz sucesso até hoje
 pela sua simplicidade e sabor típico
(Foto: Elenice Arantes)
 A paçoca de carne tem origem indígena, e era muito consumida, também, entre os bandeirantes, tropeiros e garimpeiros que buscavam por uma comida prática, com boa durabilidade e ao mesmo tempo pudesse satisfazer a fome desses viajantes. A escassez de ingredientes para uma boa refeição os obrigava a criar alternativas já  que eram obrigados a suportar uma jornada longa, de dias seguidos em navegação.
Muito comum no Norte e Nordeste, a receita original é feita a base de carne salgada seca ao sol misturada com farinha de mandioca e socada no pilão.  No entanto, são encontradas outras variações da receita, como no sul do país, onde a carne é moída no pilão com milho e farinha. Há quem ainda substitua a carne pela castanha assada e socada no pilão com farinha d´agua, sal e açúcar.
O famoso Pilão, instrumento usado na
fabricação da Paçoca
(Foto: Elenice Arantes)
A operadora de  caixa Elenice Arantes, 38 anos, tem um bom exemplo desta história, digamos, uma personagem que ilustra bem esta receita. Trata-se de sua tataravó Pedrina Maria de Jesus que viu na Paçoca uma alternativa para a conservação dos alimentos já que, nesta época, a situação era muito diferente dos dias atuais, não existia energia elétrica e as pessoas eram obrigadas a se adaptar as necessidades, usando a criatividade.  Elenice soube da história por intermédio de seu pai, Arivor Francisco de Oliveira, 67 anos, que faz a paçoca até hoje. 
Ele é quem conta dos apuros que dona Pedrina, sua avó, passava para sobreviver. “Como naquela época não existia energia elétrica, não havia geladeira, e as pessoas precisavam encontrar maneiras, improvisar mesmo, para conservar os alimentos e é neste ponto que entra a Paçoca de carne.
Sr Arivor conta que a carne de porco era frita e armazenada, após misturava esta carne picada com farinha de milho e socava tudo em um pilão feito de madeira.  A história de Dona Pedrina começou no bairro do Turvo em Piedade, interior de São Paulo, cidade que vive da agricultura até hoje. Como morava longe da cidade, onde havia o armazém mais próximo, e por não ter padaria naquela época, ela tinha que improvisar da maneira que conseguia.” Ela consumia a paçoca no lugar do pãozinho junto com um bom café e, muitas vezes, acompanhada de banana que fica muito bom também, “complementa o Sr. Arivor.
 Para o sr. Arivor, este utensílio o remete a
muitas lembranças
(Foto: Elenice Arantes)
E esse costume foi transmitido de geração em geração, da dona Pedrina para a dona Pedra Maria de Jesus, bisavó de Elenice, que depois foi passado para sua avó que passou para seu pai e agora para ela própria, que também aprendeu a receita.
Até hoje esta receita é feita na família de Elenice, por seu pai e seus tios e todos tem a preocupação de manter a mesma preparação daquela época de sua tataravó.  A única diferença é que hoje, acrescentam um pouco de alho e óleo além de alguns outros temperos como a pimenta, por exemplo, porém a base da receita continua a mesma (carne de porco socada no pilão com farinha de milho).
Até os filhos de Elenice aprovam a paçoca e pedem sempre para fazer. “Vira e mexe meus filhos pedem para meu pai fazer a paçoca e sempre que faz acaba tudo em pouco tempo. Além de ser uma farra só, já que a forma de socar a carne acaba divertindo os meninos,” acrescenta Elenice.


Reportagem produzida por Melissa Regina
 para o Blog Entre Pratos



domingo, 19 de abril de 2015

Participação do leitor!

E aí, quem gosta de doce?
Confira o passo a passo de uma receita muito gostosa enviada pela leitora Carla Santos!

Docinho de Leite Ninho

Gostoso e fácil de preparar, esse doce agrada a todos (Foto: Carla Santos)

Ingredientes

Massa:
1 xícara de leite ninho ( leite em pó)
1/2 lata de leite condensado
1/2 xícara de açúcar de confeiteiro

Acabamento
Açúcar refinado para.
Forminhas de doce


Modo de Preparo


Misture o leite Ninho e o leite condensado numa tigela. Vai ficar uma massa grudenta. Adicione aos poucos  o açucar de confeiteiro na massa para dar liga. A massa pronta fica similar a uma massa de modelar. Agora é só fazer as bolinhas e passar no açúcar refinado. Para terminar coloque nas forminhas. Está pronto.

Viu só como é fácil de fazer? Chame as crianças para ajudar. Elas vão se divertir.



Contato
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Você pode mandar também uma mensagem para nossa página no facebook;
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Até mais!


                                                                                                           Receita enviada por Carla Santos para o Blog Entre Pratos

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Vendas: Curso

A doce história de Roberta

Saiba como o brigadeiro, este doce tão tradicional, se tornou a solução
para os problemas financeiros de uma estudante de jornalismo


Roberta vende brigadeiros diferenciados por um preço bom: R$ 1,50
(Foto: Aline Acquaviva)

A necessidade de realizar algo pode ser o impulso de criar algo novo, de buscar algo que irá solucionar aquele problema.

Normalmente, na hora de enfrentar uma dificuldade é que se consegue ser criativo e achar uma solução.

Roberta Lourenço estava assim, passando por alguns percalços quando viu no chocolate, mais precisamente brigadeiros e cupcakes, sua valorosa solução. "Eu comecei a vender doce, pois necessitava de dinheiro já que precisava pagar as mensalidades do meu curso", diz
Uma ideia que se tornou parceria

Roberta conta que a ideia surgiu após dar uma dica pra namorada que está desempregada e não estuda no momento "Eu sugeri que ela começasse a vender brigadeiros e cupcakes para ter um dinheiro garantido no fim do mês. Ela não é boa para vender, mas sabe cozinhar.” E aí surgiu uma parceria: “Minha namorada cozinha, eu e mais um amigo fazemos as vendas", explica Roberta, que enxergou uma luz no final do túnel com os doces.

Pelas redes sociais

Dado o início da parceria começou a divulgação pelas redes sociais com a  criação de duas páginas "Anunciamos nossos doces através do facebook e do instagram e também através da fala, na rua, pros amigos, na faculdade", e comenta "No começo havia pouca divulgação, mas hoje a Pin- Up Doces é bem conhecida em Boituva, onde eu moro".
Lucro: Caixinhas com 12 brigadeiros (Foto: Aline Acquaviva)
Usando a matemática

No começo não havia um controle de quantos doces Roberta levava por dia, mas agora resolveram  controlar tudo no caderno para ter um lucro fixo diário e assim se criou uma rotina com os fregueses e nos lugares onde vende os produtos “Eu levo todos os dias duas ou três caixas com 12 brigadeiros (e alguns cupcakes) pra vender na faculdade, mas, quando há encomenda, levo o que o cliente pediu e mais as caixinhas separadas”, explica.

Uma nova habilidade

A jovem se surpreendeu com sua habilidade nas vendas “Nunca vendi absolutamente nada. Eu fiquei surpresa com a facilidade que tenho para vender; não sinto vergonha, preguiça e não fico chateada quando as vendas não estão boas no dia. Depois do Jornalismo, descobri a segunda vocação da minha vida: vender”, fala. 

Variação de dar água na boca

“Normalmente, para as pessoas que não me conhecem, eu ofereço os doces e digo que é para me ajudar a pagar a mensalidade da faculdade. Já aconteceu diversas vezes da pessoa nem gostar muito de doce, mas comprar para me ajudar”, Roberta explica que isso a motiva para seguir em frente com a venda dos doces.

E nada de um único brigadeiro tradicional, a ideia da Pin- Up Doces é vender sabores gostosos e diferentes “Temos tradicional, paçoca, maracujá, caipirinha, vinho, entre outros. E com certeza o sabor que mais vende é o brigadeiro de leite Ninho com Nutella dentro”, diz. E o pessoal já chegou até a pedir alguns sabores especiais “ O bicho de pé (com Nesquik), de vinho, entre outros. E nós fazemos todos os sabores que encomendam, até os mais inusitados com bebidas”, empolga-se. 

 
 Sabores inusitados também estão no cardápio. Roberta escuta e entende o gosto dos clientes.
(Fotos: Aline Acquaviva)

Aprovado pelos colegas

Lívia Ferreira, estudante, diz que já comprou os doces de Roberta e que aprova a ideia da colega “Eu sou viciada em doces, e se tem alguém da minha sala que vende eu compro, ela está ali então fica mais fácil, além de ter um preço bom e ser bem acessível”, diz.  “É bom ela vender aqui porque os preços da cantina são muito altos e ter alguém vendendo algo gostoso por um valor legal”, explica Lívia, que é fã dos sabores tradicionais “Gosto muito do brigadeiro tradicional e do beijinho”, completa. " Comprei dois de caipirinha e gostei muito. Eu voltaria a comprar de novo", diz Adrian Ferrari, estudante, 20 anos.



 Reportagem produzida por
 Aline Acquaviva para o Blog Entre Pratos