PAÇOCA DE CARNE???
Conheça a história desta receita
que tem mais de cem anos de existência, desde o período colonial, e ainda hoje é feita e apreciada por muitas
pessoas.
Paçoca todo mundo conhece, aquele
doce de amendoim que muitos adoram e comum em festas juninas que acontecem todo ano
no Brasil. Tem aquela paçoca mais firme, quadradinha, aquelas roliças que
desfazem na boca e cada um tem uma maneira própria de fazer o doce. Bom, isso
tudo você já sabe né.
E Paçoca de carne? Você já
experimentou?
Receita centenária que faz sucesso até hoje pela sua simplicidade e sabor típico (Foto: Elenice Arantes) |
A paçoca de carne tem origem indígena, e era
muito consumida, também, entre os bandeirantes, tropeiros e garimpeiros que
buscavam por uma comida prática, com boa durabilidade e ao mesmo tempo pudesse
satisfazer a fome desses viajantes. A escassez de ingredientes para uma boa
refeição os obrigava a criar alternativas já que eram obrigados a suportar uma jornada
longa, de dias seguidos em navegação.
Muito comum no Norte e Nordeste,
a receita original é feita a base de carne salgada seca ao sol misturada com farinha
de mandioca e socada no pilão. No
entanto, são encontradas outras variações da receita, como no sul do país, onde
a carne é moída no pilão com milho e farinha. Há quem ainda substitua a carne
pela castanha assada e socada no pilão com farinha d´agua, sal e açúcar.
O famoso Pilão, instrumento usado na fabricação da Paçoca (Foto: Elenice Arantes) |
Ele é quem conta dos apuros que
dona Pedrina, sua avó, passava para sobreviver. “Como naquela época não existia
energia elétrica, não havia geladeira, e as pessoas precisavam encontrar
maneiras, improvisar mesmo, para conservar os alimentos e é neste ponto que
entra a Paçoca de carne.
Sr Arivor conta que a carne de
porco era frita e armazenada, após misturava esta carne picada com farinha de
milho e socava tudo em um pilão feito de madeira. A história de Dona Pedrina começou no bairro
do Turvo em Piedade, interior de São Paulo, cidade que vive da agricultura até
hoje. Como morava longe da cidade, onde havia o armazém mais próximo, e por não
ter padaria naquela época, ela tinha que improvisar da maneira que conseguia.”
Ela consumia a paçoca no lugar do pãozinho junto com um bom café e, muitas
vezes, acompanhada de banana que fica muito bom também, “complementa o Sr.
Arivor.
Para o sr. Arivor, este utensílio o remete a muitas lembranças (Foto: Elenice Arantes) |
Até hoje esta receita é feita na
família de Elenice, por seu pai e seus tios e todos tem a preocupação de manter
a mesma preparação daquela época de sua tataravó. A única diferença é que hoje, acrescentam um
pouco de alho e óleo além de alguns outros temperos como a pimenta, por exemplo,
porém a base da receita continua a mesma (carne de porco socada no pilão com
farinha de milho).
Até os filhos de Elenice aprovam
a paçoca e pedem sempre para fazer. “Vira e mexe meus filhos pedem para meu pai
fazer a paçoca e sempre que faz acaba tudo em pouco tempo. Além de ser uma
farra só, já que a forma de socar a carne acaba divertindo os meninos,”
acrescenta Elenice.
Reportagem produzida por Melissa Regina
para o Blog Entre Pratos
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